terça-feira, 30 de março de 2010

Lágrimas Divinas

LÁGRIMAS DIVINAS
Texto por: Pr. Felipe Masotti

Poucos meses atrás fiz meu primeiro velório como pastor. Desde então foram vários os momentos em que tive de ministrar essa cerimônia. Com certeza é o momento que mais aflige a alma de um ser humano. Talvez pelo sentimento de incerteza ante ao futuro, em mistura com sensação de perda daquilo que passou. Frágeis, ali só nos resta o choro. Choramos pela vida perdida. Choramos pela angústia da saudade. Choramos por não vislumbrarmos um segundo sem a presença da pessoa amada. Não tem sido confortável participar desses momentos e creio que nunca o será. A Bíblia nos afirma que o próprio Jesus chorou em um serviço fúnebre.

Vocês conhecem a história. Ela está relatada em João no capítulo 11. Jesus é advertido de que Lázaro sofria de uma doença. Ele estava alguns dias de caminhada da cidade de Seu amigo. Mas estranhamente, Aquele que tinha a vida nas mãos, parece demorar propositalmente para ver o amigo acamado. A sensação que temos é de que Jesus esperou Lázaro morrer. Havia um desígnio maior por trás daquele evento; demonstrar a glória do Criador encarnado.

Ao aproximar-se da cidade de Betânia, dirigiu-Se para a casa de Maria, Marta e Lázaro. Esses irmãos inúmeras vezes abrigaram Jesus e os discípulos em seu lar. A inspiração nos mostra que o Salvador ligava-Se de maneira especial com eles, pois percebia o amor que tinham para com o Reino Celeste. Este momento, entretanto, não era de alegria como os anteriores. A casa dos irmãos estava enlutada. Pela demora de Cristo, Lázaro havia morrido sem ver o Salvador.

A história nos conta que Jesus foi recebido por Marta que correndo ao Seu encontro após conversar com Jesus expressou a convicção de que seu irmão ressuscitaria no fim dos tempos. Jesus então tece uma surpreendente exclamação: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente.”

Jesus estava dizendo que a morte não é capaz de vencer a crença na salvação oferecida em Seu sacrifício! Ele dizia que a Graça transcende a própria morte! Ele dizia que a vida de quem morreu na crença em Jesus está cuidadosamente guardada para o momento em que será devolvida em Sua vinda!

Mas algo curioso ocorre quando Jesus se aproxima do sepulcro para ressuscitar Lázaro. A Bíblia afirma que ali, diante do túmulo “Jesus chorou”. Por que? Estava nas mãos dEle ressuscitar Lázaro, como de fato o fez. Por que o choro então? Preste atenção nestas palavras de Ellen White: “Não foi somente pela cena que se desenrolava a Seus olhos, que Cristo chorou. Pesava sobre Ele a dor dos séculos. Viu os terríveis efeitos da transgressão da lei divina. Viu que, na história do mundo, a começar com a morte de Abel, fora incessante o conflito entre o bem e o mal. Lançando o olhar através dos séculos por vir, viu o sofrimento e a dor, as lágrimas e a morte que caberiam em sorte aos homens. Seu coração pungiu-se pelas penas da família humana de todos os tempos e em todas as terras. Pesavam-Lhe fortemente sobre a alma as misérias da pecadora raça, e rompeu-se-Lhe a fonte das lágrimas no anelo de lhes aliviar todas as aflições.” DTN 534

Jesus chorou pelos meus e seus sofrimentos. Chorou por nossas lutas e batalhas. Suas lágrimas escorreram por saber que Suas criaturas sofreriam por causa do pecado. Nós estávamos diante dos olhos de Cristo naquele choro! O Salvador, naquele momento, chorou pela ânsia de nos ter com Ele sem mais ter de sofrer aqui.

Querido jovem, gostaria de fazer nosso desafio aqui. Olhe para os olhos marejados de Jesus. Pense no momento em que nosso Salvador, ao chorar, partilhava dos nossos sofrimentos. Repita então a promessa de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida”! Lance mão dessa promessa hoje. Faça isso com a certeza de que nada será capaz de lhe separar do amor de Deus. Assim, a cada dia se tornará claro que ainda que morramos não precisamos temer a morte, porque ELE é a nossa vida! Amém!

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